segunda-feira, 7 de abril de 2008

1ª CORÍNTIOS - ANÁLISE

Primeira Epistola de Paulo aos

Coríntios

Análise

1ª Coríntios não é apenas uma carta onde o apóstolo Paulo apresenta conselhos sobre questões importantes da fé e da conduta cristã, mas igualmente projeta luz reveladora sobre problemas superiores enfrentados por igreja jovem, não muito depois de sua fundação, em meados do primeiro século em nossa era. Paulo havia levado a mensagem missionária. Essa cidade apresentava um desafio tremendo ao evangelho, tanto por ser um dos principais centros comerciais cosmopolitas do mundo antigo, como por ser um lugar famoso por sua devassidão e licenciosidade. Se a mensagem da Cruz tivesse o poder de atingir e transformar as vidas de homens e mulheres de tal ambiente, então é que era realmente poderosa! E foi exatamente isso o que aconteceu. Além disso, os membros daquela congregação haviam sido enriquecidos com grande variedade de dons espirituais – confirmação tanto para eles como para o mundo, de que Deus estava presente e agia poderosamente no meio deles.

Não se passou muito tempo, entretanto, até que se levantassem erros sérios quanto à doutrina e prática, que ameaçavam o bem estar e até mesmo a sobrevivência da comunidade cristã ali existente, e que infestavam até as próprias fileiras dos crentes. É principalmente a correção desses erros que 1ª Coríntios se devota. Em primeiro lugar, deploráveis divisões haviam cindido a igreja em facções hostis, despedaçando a unidade em torno da qual todos os que professaram ser irmãos em Cristo deviam estar reunidos. Em segundo lugar, dentre seus próprios membros, um deles se tornara culpado de imoralidade grosseira e de gravidade tal que nem mesmo a devassa sociedade, daquela cidade pagã teria tolerado, mas, não obstante, a congregação não impusera disciplina ao ofensor, expelindo-o de sua comunhão. Em terceiro lugar, membros da igreja viviam arrastando uns aos outros perante os tribunais seculares dos pagãos para solução de disputas que haviam surgido entre eles, em lugar de resolverem suas querelas no espírito do amor cristão, dentro da própria comunidade, ou em lugar de estarem dispostos, seguindo o exemplo de Cristo, a tolerar os danos sofridos sem retaliação. Em quarto lugar, alguns deles vinham cometendo fornicação com prostitutas, procurando justificar tal conduta com argumento de que apenas o corpo era envolvido e que os feitos do corpo são inconseqüentes para a alma. Em quinto lugar, a Ceia do Senhor, que deveria ser uma expressão de amorosa harmonia, havia degenerado em irreverência, glutonaria e comportamento desatencioso. Em sexto lugar, havia cenas de desordem que nada edificavam quando os membros se reuniam para a adoração pública, especialmente no exercício dos dons espirituais com os quais haviam sido dotados. O apóstolo Paulo sentiu ser necessário relembrá-los de que o mais excelente de todos os dons, e que é o que mais deve ser cobiçado, é o dom do amor, à parte do qual, os demais dons são inúteis. Em sétimo lugar, um ensino herético que, por negar o fato da ressurreição de Cristo e por realmente negar a possibilidade de qualquer ressurreição dentre os mortos, feria a própria Pedra de Esquina da fé cristã, e que lamentavelmente conseguira muitos adeptos na igreja de Corinto. Essas questões, cada uma delas escandalosa, receberam cuidadosa e urgente atenção nessa epístola.

O apóstolo Paulo igualmente apresentou instruções sobre certas outras questões que haviam sido levantadas pelos coríntios, numa carta que lhe haviam endereçado. Essas perguntas podem ser sumariasdas como segue: era aconselhável aos crentes casarem? Marido ou mulher, uma vez convertidos, deveriam continuar vivendo com o cônjuge impenitente? Qual deve ser a atitude do crente para com a ingestão de alimentos anteriormente oferecidos em sacrifício aos ídolos? As mulheres devem cobrir a cabeça ao freqüentarem a adoração pública? Qual é o significado real da verdade de dons espirituais? Que arranjos deveriam ser feitos no tocante à coleta para o alívio dos crentes empobrecidos de Jerusalém?

Seria um engano imaginar que o conteúdo dessa epístola é relevante apenas para a situação particular da Igreja de Cotinto no primeiro século, pois, embora quando às circunstâncias e à forma externa, os problemas da Igreja variam de época para época, quanto à sua essência, todavia, permanecem os mesmos, e os princípios que o apóstolo apresentou são aplicáveis aos nossos próprios dias e situações, não menos que aos seus dias e suas circunstâncias.

Autor

Tanto a evidência interna como a evidência externa de que o apóstolo Paulo foi o autor desta epístola são tão fortes que são conclusivas. Não é possível fixar a data da escrita com certeza, mas provavelmente foi na primavera de 55 ou 57 d.C. Nessa ocasião Paulo se encontrava em Éfeso, durante o decurso de sua terceira viagem missionária.

Extraido da BÍBLIA DE SHEDD.

3 comentários:

Simone Marques disse...

Usei esse estudo para conduzir um estudo sobre I Coríntos. Achei o texto muito sóbrio e adequado sem forçar a barra. Realmente muito útil. Obrigada, Deus abençoe vocês.

Anônimo disse...

Sou formado em teologia e sou coordenador de cuso na igreja aqual sou membro.
Gostaria de pedir sua autorização para passar esse estudo na igreja.
Que o grande Deus continue oportunizando para que você continue sendo inspirado a escrever mais e mais estudos edificantes como esses.
Um Abraço!

Winstonffrj disse...

Gostaria de saber qual a opinião do irmão com relação a 1 Coríntios 9 , tendo em vista que o mesmo indaga se teria direito segundo a lei de deixar de trabalhar ..., e mais ainda levanta a questão de que tanto os apóstolos como os irmãos do Senhor e até Pedro tinha deixado de trabalhar .., fazendo uma analogia de que eles eram sacerdotes da graça .., mas no final conclui assim Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
1 Coríntios 9:12 . Muitos evangelistas acham que devem ganhar para pregar e usam o capítulo 9 , só que em atos Apóstolo Paulo faz diferença entre graça para os gentios e judeus . Nós somos Gentios salvos pela graça como usar a lei no nosso meio ... e qual seria o impedimento no evangelho de Cristo ...